Circulação dos Rins, Bexiga e Intestinos – irrigação dos órgãos – Anatomia


A perfeita irrigação sanguínea desses órgãos possibilita a digestão e absorção de alimentos e a produção e eliminação de urina.

Quando o indivíduo se alimenta excessivamente, a irrigação sanguínea intestinal aumenta. Por isso não é recomendável que a pessoa, nessas condições, tome uma ducha fria. O resfriamento solicitará do organismo um aumento na irrigação sanguínea da superfície do corpo, “desviando” sangue que seria melhor empregado nas “tarefas de digestão”. Este processo, interrompido pela ducha, poderá causar transtornos.

Para a irrigação sangüínea do tubo digestivo, as artérias aprofundam-se nas paredes das vísceras, enviando uma série de ramos colaterais distribuídos entre os músculos, dos quais partem os vasos sangüíneos que vão formar um plexo arterial submucoso. Este termina em diminutas ramificações ao nível da mucosa.

Semelhante distribuição apresentam as veias, que formam uma rede submucosa e uma rede subperitoneal que conflui posteriormente nas grandes veias afluentes da veia porta.

UM TUBO IRRIGADO

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As paredes do estômago são irrigadas por duas arcadas arteriais que acompanham as regiões conhecidas como a grande e a pequena curvatura do estômago. O chamado arco arterial da pequena curvatura é resultado da junção da artéria gástrica esquerda, um ramo do tronco celíaco, com a artéria gástrica direita, uma colateral da artéria hepática.

O arco arterial da grande curvatura, por sua vez, é formado pela artéria gastroepiploica esquerda, ramo da artéria esplênica, e pela artéria gastroepiploica direita. Já o duodeno é irrigado pelas artérias pancreaticoduodenais superior e inferior.

Alças intestinais

As alças intestinais possuem um mesentério próprio, ou seja, uma prega peritoneal que as mantém presas à parede posterior do abdome. Essas alças são irrigadas por artérias que nascem na artéria mesentérica superior.





Do lado esquerdo dessa artéria panem cerca de vinte artérias que alcançam todas as alças intestinais. Do lado direito partem outros ramos, que estão destinados a irrigar a metade direita do intestino grosso.

Já os ramos que se destinam ao intestino delgado expandem-se em forma de leque, penetrando profundamente entre os folhetos peritoneais do mesentério para formar uma série de arcos arteriais, de onde se originam numerosas ramificações que penetram nas paredes do intestino.

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Os ramos que partem para o cólon são três: artéria ileocólica, para a irrigação do apêndice vermiforme, ceco e primeira porção do cólon ascendente; artéria cólica direita, que irriga o cólon ascendente; e artéria cólica média, para o ângulo cólico direito e a metade direita do cólon transverso.

A metade esquerda e a porção superior do cólon descendente recebem os ramos da artéria mesentérica inferior, que acaba por se dividir no tronco da artéria sigmoidea.

A artéria hemorroidária superior anastomosa-se com a artéria hemorroidária inferior e média, e irriga a metade superior do reto.

A porção terminal do reto é vascularizada pela artéria hemorroidária média, ramo da hipogástrica, e pela hemorroidária inferior, ramo da pudenda interna

O FILTRO ADMIRÁVEL

Sob a artéria mesentérica superior nasce, proveniente da aorta, a artéria renal. Tem calibre grosso, pois é passagem obrigatória de todo o sangue do corpo que se dirige aos rins para ser depurado dos resíduos metabólicos. Antes de penetrar no órgão, a artéria renal divide-se em quatro ou cinco ramos terminais, de onde saem outros vasos sanguíneos de menor calibre, que se aprofundam no tecido renal.

Nesse nível as arteríolas penetram nas microscópicas cápsulas de Bowman, onde assumem calibre de vaso capilar. Cada fiozinho enrola-se então sobre si mesmo até constituir um novelo compacto, o glomérulo renal.

Esse capilar que se enovelou assume na outra extremidade as dimensões de arteríola, e como tal sai da cápsula de Bowman. Verifica-se, portanto, que nos rins existe um sistema de vasos capilares, originários da ramificação de uma arteríola, que volta a desembocar em uma artéria. Essa condição excepcional denomina-se, em anatomia, “admirável rede arterial”.

A arteríola eferente, ou seja, a que emerge do glomérulo renal, também se divide em ramos capilares. E é dessa segunda rede de capilares que surgem veias de pequeno calibre.

Estas chegam às zonas pericárpicas do córtex renal, de onde convergem para uma veia central de maior calibre. Outras veias originam-se nas zonas mais profundas do córtex renal, e, unindo-se àquelas da região superficial, dirigem-se ao seio renal, acompanhando o trajeto das artérias correspondentes. Já no chamado hilo renal formam-se duas ou três veias que se unem à veia renal, afluente da veia cava inferior.

O sangue que passa através do glomérulo renal perde água e sais minerais, que atravessam as paredes permeáveis dos capilares. Esse exsudato é absorvido pelas paredes da cápsula de Bowman, que nada mais é que o fundo cego de um tubo, no interior do qual o glomérulo está invaginado.



O SANGUE DA BEXIGA

A bexiga urinária é irrigada pelas artérias vesicais superior e inferior, que são ramos provenientes da artéria hipogástrica. Aí chegam também alguns outros ramos secundários, oriundos de artérias que irrigam as proximidades dessa víscera.

As artérias vesicais superior e inferior estabelecem um primeiro plexo arterial ao nível da superfície externa da bexiga urinária: é o chamado perivicical.

Logo em seguida, essas mesmas artérias adentram as paredes da bexiga até atingir a mucosa, formando então o chamado plexo submucoso. Desses dois plexos arteriais originam-se os ramos terminais, que penetram as camadas musculares e a própria espessura da mucosa.

Por outro lado, também as veias da bexiga urinária apresentam essa mesma característica: elas constituem três plexos venosos – o submucoso, o intramuscular e o perivesical.

Este último, que é o mais desenvolvido, comunica-se anteriormente com o chamado plexo de Santorini, enquanto lateral e posteriormente se descarrega nas veias vesicais, as quais acabam desaguando na veia hipogástrica.