Músculos da Cabeça e do Pescoço | Anatomia Humana


Nesta página apresentamos a anatomia e as funções dos principais Músculos da Cabeça e do Pescoço.

Crianças e adultos ficam assombrados quando uma trapezista, a 30 metros de altura e sem a rede de proteção, balança-se á vontade, segura apenas pelos cabelos. E o que é mais surpreendente: com o “rabo-de-cavalo” preso somente à boca do trapezista.

Esse número apresentado nos circos tem uma explicação muito simples: treinamento intensivo de um músculo da mastigação, o chamado masseter, cujo nome já indica sua função: masseter, em grego, significa amassador. Esse potente músculo é o principal responsável pela movimentação vigorosa da mandíbula, especialmente no ato de mastigar alimentos de grande consistência. Sua ação impulsiona os molares que trituram os alimentos.

MASTIGAÇÃO

O masseter pode ser facilmente palpado e observado. O movimento de “apertar” os dentes com força coloca-o em evidência. Também pode ser observado no “riso sardônico”, estado de contratura dos músculos faciais, que ocorre no tétano. Os músculos mastigadores são músculos esqueléticos, pois se inserem apenas em ossos. Além dos masseteres, outros três pares de músculos encarregam-se da mastigação.

Os músculos temporais, os pterigoideos mediais e os pterigoideos laterais completam, de cada lado da face, a ação do par de masseteres. Os masseteres, os temporais e os pterigoideos mediais encarregam-se de elevar a mandíbula e pressionar os dentes da arcada dentária inferior contra a superior.



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Calcula-se que a máxima pressão alcançada nesse ato seja de, aproximadamente, 240 kg, o que explica a proeza do trapezista. Mantida em elevação por esses músculos, a mandíbula é deslocada para frente pelos pterigoideos laterais e para trás por alguns fascículos (pequenos feixes de fibras musculares) dos temporais.

Quando apenas um dos pterigoideos laterais se contrai, provoca o deslizamento da mandíbula para diante e para o lado oposto. Esse movimento, muito executado pelos habituados em goma de mascar, lembra bastante o realizado pelos ruminantes na mastigação interminável do capim.





Um acidente que pode ocorrer com a mandíbula é o seu deslocamento (luxação da mandíbula), causado, por exemplo, por um bocejo exagerado. Consiste na desconexão da articulação temporomandibular, isto é, da articulação móvel que une a cabeça da mandíbula a uma depressão existente no osso temporal a chamada fossa mandibular -, localizada um pouco adiante da orelha. Os movimentos dessa articulação podem ser facilmente percebidos, colocando-se os dedos um pouco adiante da orelha, enquanto se movimenta a mandíbula.

Na luxação da mandíbula, as cabeças desse osso (uma de cada lado) saem completamente das respectivas fossas mandibulares. A cabeça da mandíbula desloca-se para diante da articulação e o indivíduo fica com a boca aberta: não consegue fechá-la devido ao deslocamento da superfície articular do osso.

A correção é bastante simples, mas depende sempre da boa relaxação dos músculos mastigadores. A tendência a contrai-los impede a manobra de mobilização da mandíbula, necessária para corrigir a luxação.

 



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OS MÚSCULOS DA CALOTA CRANIANA

O crânio é revestido por um envoltório fibroso, firmemente aderido ao couro cabeludo a chamada aponeurose epicraniana (epi = sobre). A aponeurose, por outro lado, é fixada frouxamente ao periósteo (membrana fibrosa) que recobre os ossos do crânio. O espaço entre a aponeurose e o crânio é preenchido por tecido conjuntivo frouxo, o que permite o fácil deslizamento do couro cabeludo sobre o crânio.

Em suas extremidades, a aponeurose é continuada por finas tiras de tecido muscular, que constituem, na frente, o músculo frontal, e atrás, o músculo occipital. Uma parte das fibras do músculo frontal desce, sem fixação óssea, até se misturar com as fibras dos músculos orbiculares e olho.

Outras fibras terminam na parte central da testa, ao nível de um pequeno músculo, o piramidal do nariz (também denominado pró cero, de procerus, elevado). E o responsável pelo enrugamento da pele da região entre as sobrancelhas, ou seja, pelo movimento de “franzir o cenho”.

Lateralmente, a continuação da aponeurose constitui os músculos temporais, um de cada lado. Os feixes frontais são responsáveis pelo movimento de surpresa no qual se elevam as sobrancelhas. O franzimento da testa também é determinado por esses feixes. A ação alternada dos músculos frontal e occipital move o couro cabeludo para a frente e para trás. Os músculos temporais, por sua vez, auxiliados pelos pequenos músculos auriculares, encarregam-se de movimentar as orelhas.

 

MIMICA

Raiva, ternura, alegria, medo, satisfação, repugnância e um sem-número de emoções podem ser exprimidas silenciosamente pela ação de vários músculos da face. São, por esse motivo, denominados músculos da mímica. Agrupam-se, sobretudo, ao redor da boca, das órbitas dos olhos e do nariz.

Alguns exemplos desses músculos são o elevador do lábio superior, o elevador do ângulo da boca, o elevador do lábio superior e da asa do nariz, o depressor do lábio inferior e o depressor do ângulo da boca. Os músculos mentuais (de mento, queixo) são responsáveis pela projeção do lábio inferior para diante e enrugamento simultâneo da pele do queixo.

O músculo bucinador, que reforça as bochechas, interfere no movimento de assoprar, de onde seu nome (“buzinador”); também repuxa o ângulo da boca, no riso. De ação semelhante, mas muito mais pronunciada, é o risório, que atua no riso forçado.

No pescoço, há um único músculo da mímica, o platisma (de platys, placa), largo e delgado, que recobre o pescoço na frente e nos lados. Atua em várias manifestações mímicas: na expressão de melancolia, faz os cantos da boca ficarem caídos; nos esforços violentos, fica repuxado. E consegue, também, movimentar ligeiramente os mamilos para cima.



Ao contrário dos mastigadores, que se inserem firmemente nos ossos, os músculos da mímica são músculos cutâneos, de um tipo especial, que se inserem, pelo menos em uma de suas extremidades, na camada profunda da pele.

MÚSCULOS DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA

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Alguns músculos são responsáveis pelos movimentos da cabeça em várias direções, destacando-se entre eles os músculos escalenos e o músculo esternocleidomastoideo. Este último, com denominação tão extensa (porque se lixa no osso esterno, na clavícula e no processo proeminência mastoide do osso temporal), causa um relevo pronunciado na pele do pescoço, quando se movimenta a cabeça para os lados.

Os escalenos, três músculos que formam uma massa triangular (escaleno = triângulo de lados desiguais), estendem-se das vértebras cervicais até as duas primeiras costelas. São encarregados de flexionar a cabeça para os lados e, quando atuam em conjunto, opõem-se á força da gravidade para manter a cabeça ereta (ação antigravitacional). Quando o indivíduo está com sono, em posição sentada, a cabeça tende a cair para o lado, em parte devido ao relaxamento desses músculos.

Outros músculos responsáveis pelos movimentos da cabeça são os chamados reto maior e o longo do pescoço. São eles que fazem a cabeça dobrar para diante, para trás, para os lados, ou executar o movimento de rotação. E atuam também como músculos antigravitacionais.

imagens: passeidireto.com.br / ebah.com.br / NETTER, Frank H.