Sistema Nervoso Central – Anatomia Humana


Para analisarmos o sistema nervoso central, é importante termos uma visão geral do Sistema Nervoso como um todo.

A partir de um núcleo central, distribuem-se por todo o corpo as ramificações mais variadas da complexa estrutura nervosa. Popularmente, usa-se o termo “cérebro” para identificar a capacidade racional do homem, o que constitui uma imprecisão. Na verdade, é de todo o sistema nervoso que dependem as atividades consideradas humanas.

Além disso, a caixa óssea do crânio não contém apenas o cérebro – como se julga erradamente -, mas uma estrutura muito maior – o encéfalo -, da qual o cérebro é parte integrante. Este se divide em duas partes simétricas (hemisférios direito e esquerdo), ligadas entre si por feixes de fibras nervosas.

O cérebro compreende ainda o diencéfalo, situado entre os dois hemisférios, quase escondido por eles. Estrutura de grande importância, é responsável pela ligação entre o sistema nervoso e as glândulas de secreção interna. Além do cérebro, fazem parte do encéfalo o cerebelo e o tronco cerebral. O primeiro exerce importante papel na manutenção do equilíbrio corporal e controla as atividades dos diversos grupos musculares; o tronco cerebral une todas as partes do encéfalo à medula espinhal.

Esse conjunto contido na caixa craniana forma apenas uma parte do sistema nervoso, que continua pelo tronco abaixo, com a medula espinhal, também protegida por uma caixa óssea: superpostas e interligadas, as vértebras humanas constituem um canal único. protetor da medula.



O encéfalo e a medula espinhal formam uma unidade que constitui o eixo a partir do qual o sistema nervoso coordena todo o corpo humano. É o neuro-eixo, ou sistema nervoso central.

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À medida que cresce, o indivíduo se torna apto a desempenhar funções cada vez mais diferenciadas. Aprende a falar, a manipular objetos, a controlar e dirigir movimentos que, pouco a pouco, se tornam automáticos. A aprendizagem é uma capacidade característica do homem e, como o emprego da lógica, do raciocínio e da capacidade de abstração, só existe graças ao sistema nervoso, que comanda inclusive o funcionamento dos órgãos que compõem o corpo humano. E ele que orienta as funções das vísceras, regula o funcionamento das glândulas e através de inúmeros receptores, capta as sensações do mundo exterior ou do próprio organismo e se encarrega de preparar respostas para essas sensações.





No entanto, a vasta multiplicidade de funções desempenhadas pelo sistema nervoso humano não depende apenas do neuro-eixo. Além do sistema nervoso central existe também uma ampla estrutura periférica que difunde os estímulos e sensações pelo corpo.

 

Nervos espinhais e cranianos

Trinta e três pares de nervos espinhais e doze pares de nervos cranianos, que emergem, respectivamente, da medula e do encéfalo, constituem uma parte do sistema nervoso periférico. Também pertencem à periferia os nervos simpáticos, que inervam as vísceras e controlam seu trabalho.

Enquanto uma parte de toda a estrutura nervosa (sistema nervoso central e sistema nervosp periférico)  coloca o indivíduo em contato com o meio, outra parte destina-se a manter em funcionamento o organismo do homem, controlando a vida vegetativa ou visceral. A primeira é a porção somática e a segunda corresponde ao sistema nervoso autônomo (também conhecido como sistema simpático), pois o trabalho dos órgãos internos independe do controle do indivíduo.



Todas essas divisões podem ser consideradas apenas para facilitar a compreensão da complexa unidade que constitui o sistema nervoso humano. O encadeamento das partes é tão perfeito que é impossível – em termos absolutos – pensar em dividi-lo, mas também é quase impossível tentar compreendê-lo sem estabelecer uma classificação teórica.

 

UNIDADE VITAL: Sistema Nervoso Central

Todo o sistema nervoso funciona a partir de cada uma das células nervosas que o constituem: os chamados neurônios. Células muito especializadas, são capazes de captar estímulos exteriores, como calor, frio, dor (irritabilidade), e de conduzir os estímulos através do organismo, sob a forma de impulso nervoso (condutibilidade). Essas atribuições são exclusivas e cumpridas por numerosos neurônios.

Para executar suas importantes funções, as células nervosas têm constituição especial. Como as outras células do organismo, o neurénio também possui um núcleo e um citoplasma, embora apresente muitas variedades. No citoplasma das células nervosas existem elementos característicos: as neurofibrilas e os corpúsculos de Nissl (nome dado em homenagem ao cientista que os descreveu); e ainda dois tipos de prolongamentos exclusivos: o axônio (do grego axoon, eixo), também chamado cilindro-eixo, e os dendritos (do grego dendrón, árvore).
Existe apenas um axônio para cada célula.

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Às vezes ele chega a medir alguns metros e, em outras células, tem apenas poucos milímetros. Ao longo de seu percurso, em geral possui poucas ramificações e acaba por estabelecer contato com outra célula nervosa, um músculo ou uma glândula. O axônio é constituído por neurofibrilas, em continuação das que compõem o corpo da célula, com a diferença de que, no trecho pertencente ao cilindro-eixo, estas são envoltas por uma membrana comum, o axolema.

Além do axolema, outra membrana envolve o axônio de certos neurônios, sem recobrir a porção inicial e a terminal. E uma substância gordurosa, esbranqú’içada, chamada mielina (do grego mie/o, medula).

O conjunto formado pelo axônio e suas membranas constitui uma fibra nervosa; no tecido nervoso podem ser observados os feixes de fibras nervosas que caracterizam a substância branca, envolvidos pela mielina. E, nos trechos dos corpos celulares em que não há invólucro de mielina, o tecido apresenta a cor acinzentada dos corpos celulares e porções de fibra sem o revestimento de mielina: é a substância cinzenta.

Os outros prolongamentos da célula nervosa – os dendritos – são numerosos, curtos e muito ramificados.

A partir do Sistema Nervoso Central, difundem-se por todo o corpo os feixes de fibras nervosas, chamados nervos. Alguns têm a finalidade de conduzir os impulsos que partem do eixo central até os músculos, glândulas ou vísceras: são constituídos, sobretudo, por fibras motoras ou eferentes. Em contrapartida, outros levam os impulsos captados pela periferia (pele, músculos, vísceras) até o neuro-eixo: nestes predominam as fibras sensitivas ou aferentes.



Ao,longo desses feixes existem agrupamentos de células, os gânglios nervosos, que funcionam como retransmissores dos impulsos. Apenas as ordens motoras dirigidas aos músculos não passam por essa etapa: vão do neuro-eixo aos músculos, sem passar pelos gânglios.

Na estrutura do sistema nervoso, os neurônios ficam todos ligados uns aos outros, formando as chamadas cadeias neuronais. Por essas cadeias, os impulsos nervosos caminham e são retransmitidos. A ligação entre um neurônio e outro, denominada sinapse, é feita entre a terminação do axônio de uma célula e os dendritos ou ‘o corpo celular de outra. A direção do impulso é do corpo celular para o axônio. A sinapse é o “interruptor” encarregado de ligar ou desligar uma célula nervosa de outra.

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