Placenta Humana – Sistema Reprodutor – Anatomia


por outro lado, chegam à placenta substâncias que precisam ser 2 eliminadas através do organismo materno.

Além dessas funções de triagem, a placenta também elabora produtos orgânicos, sobretudo hormônios, destinados à adaptação do organismo da mãe às variáveis necessidades da gravidez e do parto, bem como ao desenvolvimento fetal. Para servir simultaneamente a necessidades diretas do feto e a necessidades da mãe, a placenta é um órgão misto, formado por tecidos fetais e por tecidos maternos, que funcionam a serviço de cada um dos dois seres no período da gravidez.

O que é e como se forma a placenta?

O ovo humano, fecundado numa das duas trompas que ligam o útero aos ovários, chega ao úterouns cinco dias depois, já amplamente modificado e com o nome de biastocisto.

O blastocisto tem a forma de uma esfera oca, constituída por dois tipos de células. Um deles – o trofoblasto – dá origem à placenta; a partir do outro, desenvolve-se o embrião. Ao chegar ao útero, o blastocisto adere à parede uterina e vai escavando até penetrar por completo no endométrio (camada interna da cavidade uterina). A penetração se faz por destruição de células do endométrio, pela ação de enzimas produzidas pelo trofoblasto.

Em seu nicho, o blastocisto cresce depressa e adquire aparência enrugada. Os enrugamentos são pequenos prolongamentos, chamados vilos, compostos por tecido conjuntivo. São utilizados pelo blastocisto para penetrar a parede uterina. As vilosidades, quando a placenta se desenvolver, constituirão o tecido de arcabouço da placenta.



placenta

Normalmente, a penetração das vilosidades é detida pelo miométrio, a parede muscular do útero. Enquanto isso, no endométrio, que é a camada interna do útero, forma-se uma cavidade, dentro da qual o blastocisto se desenvolve rapidamente. O trofoblasto se torna liso na parte que acompanha a curvatura da cavidade. Mas na parte que adere ao miométrio, continua cheio de vilos, como uma esponja do mar.

No interior da cavidade que se formou na parede do útero, já vão se desenvolvendo o embrião e minúsculos vasos sanguíneos, que acabam por fazer contato com o córion frondoso, por dentro de um tubo que dará origem ao cordão umbilical. A partir do momento em que os vasos do embrião alcançam o córion, na altura do 14.0 dia de gestação, estabelece-se a circulação placentária, pois logo em seguida o córion frondoso passa a chamar-se placenta.





Funções da Placenta

Quando completamente desenvolvida, a placenta adere intimamente à dec(dua basal, que é uma camada de endométrio modificado em que a placenta se apóia. Os vasos sanguíneos da mãe penetram tortuosamente pela decídua e desembocam nos espaços inlervilosos da placenta.

Os espaços intervilosos são intervalos entre estruturas vasculares muito ramificadas. Cada uma dessas formações contém no interior de seus ramos vasos sangüíneos do feto. Esses vasos, por sua vez, são ramificações da veia e das duas artérias que passam por dentro do cordão umbilical.

Os vilos absorvem oxigênio e substâncias nutritivas provenientes do organismo da mãe, levadas a eles pelos vasos maternos que desembocam nos espaços intervilosos. Por outro lado, os vasos maternos colhem nos espaços intervilosos substâncias excretadas pelo feto através do sangue fetal que chega à região.

Desse modo, a placenta faz as vezes de pulmões e de rins do feto. De pulmões porque o supre de oxigênio e recolhe gás carbônico. E de rins por que de nada adianta o feto eliminar seus resíduos pela urina.



Dentro da bolsa d’água (ou saco amniótico) o feto efetivamente excreta urina, mas deglute a urina com líquido amniótico. Nesse círculo vicioso ele logo se intoxicaria, se não fosse a placenta. Ao passarem para o sangue fetal, os resíduos são remetidos pelo cordão umbilical até a placenta, que, finalmente, irá despejá-los no sangue materno.

O sangue da mãe não circula pelo feto, nem o do feto circula pelas veias da mãe. A passagem de elementos de um para outro se faz por meios indiretos, através de tecidos permeáveis, por diferenças de pressão osmótica. Embora os mecanismos ainda sejam parcialmente desconhecidos, ocorre, nessa transferência de elementos, algo semelhante ao que se dá nos alvéolos pulmonares.

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Além dessa importante função nutritiva, excretora e respiratória do feto, a placenta constitui uma admirável glândula de secreção endócrina. Ela produz, por exemplo, a gonadotrofina coriônica (a partir do décimo dia), que alimenta o corpo lúteo durante a gravidez.

A manutenção do corpo lúteo assegura por sua vez a produção contínua de estrógeno e progesterona, dois hormônios essenciais para as modificações qie se operam na mulher durante o período da gravidez.

Depois de uns sessenta dias, a própria placenta está produzindo estrógeno e progesterona. Em torno do sétimo mês, a placenta é uma almofada redonda com cerca de 20 centímetros de diâmetro e espessura de 2 ou 3 centímetros na parte central. E, além de produzir algumas substâncias, a placenta armazena outras (glicogênio, por exemplo), para distribuição oportuna.

Através de processos seletivos, a placenta recolhe do sangue da mãe substâncias requeridas pelo desenvolvimento fetal. Anticorpos, por exemplo, com moléculas 80 vezes maiores que as de polipeptídeos (cadeias de aminoácidos que formam as proteínas) passam pela placenta, enquanto os polipeptídeos não passam.

Proteção materna

Em geral, vírus e bactérias também não conseguem transpor a barreira placentária, embora se tenha comprovado que os vírus causadores da varicela, da varíola, do sarampo e da rubéola conseguem de algum modo chegar ao sangue fetal.

Também conseguem passar algumas drogas de efeitos indesejáveis, como os anestésicos utilizados para atenuar as dores do parto. Da mesma forma, também passam para a circulação do feto, em poucas horas, os antibióticos ministrados por via oral.

A fisiologia da placenta ainda encerra muitos mistérios para os pesquisadores. E as dificuldades de estudo são aumentadas pela impossibilidade de se observar a placenta humana ao vivo. Além disso, a placenta é diferente em cada espécie de mamíferos, o que impossibilita o estudo por analogia.